Ergonomia no Trabalho: como ela aumenta a produtividade?
Ergonomia é a ciência que adapta o trabalho ao ser humano: envolve o desenho do posto de trabalho, tarefas, horários, ferramentas e ambiente para reduzir esforço, fadiga e risco de lesões, e ao mesmo tempo melhorar conforto, satisfação e desempenho.
27 Novembro 2025
O que é ergonomia, em poucas palavras
Ergonomia é a ciência que adapta o trabalho ao ser humano: envolve o desenho do posto de trabalho, tarefas, horários, ferramentas e ambiente para reduzir esforço, fadiga e risco de lesões, e ao mesmo tempo melhorar conforto, satisfação e desempenho.
Por que ergonomia e produtividade andam juntas
Produtividade não é apenas “fazer mais”. É fazer mais com qualidade, menos desperdício (tempo, erros, retrabalho) e menos absenteísmo. A ergonomia impacta diretamente esses fatores:
- Reduz fadiga e dor → trabalhadores com menos dor mantêm foco e trabalham por mais tempo com qualidade.
- Diminui erros e retrabalho → posturas e ferramentas apropriadas tornam as operações mais precisas.
- Aumenta velocidade operacional → tarefas ficam mais eficientes quando o fluxo e os movimentos são otimizados.
- Melhora engajamento e clima → colaboradores que se sentem cuidados cometem menos faltas, têm menor rotatividade e maior motivação.
- Previne afastamentos e custos com saúde → menos lesões reduzem dias perdidos e custos indiretos (substituição, treinamentos).
Exemplos práticos por setor
Escritório (home office incluso)
- Problema comum: tela muito baixa, cadeira sem ajuste, teclado posicionado alto → provoca dor no pescoço, ombros e punhos.
- Solução ergonômica: monitor na altura dos olhos, cadeira com apoio lombar ajustável, teclado e mouse alinhados ao cotovelo, iluminação adequada.
- Impacto na produtividade: menos pausas forçadas por dor, aumento do foco (p.ex. redução de pequenas interrupções para “esticar” devido à dor), menos erros de digitação por posição desconfortável. Estudos de campo costumam mostrar ganho de 5–15% em taxa de produção/qualidade após correções ergonômicas básicas.
Indústria / linhas de montagem
- Problema comum: tarefas repetitivas com alcance longo e levantamento manual constante → cansaço, lesões por esforço repetitivo (LER).
- Solução ergonômica: ajustar altura das bancadas, usar ferramentas assistidas (ex.: pistolas de torque com suporte), organizar sequência de itens para reduzir movimentos desnecessários, rodízio de tarefas.
- Impacto: ciclos de operação mais curtos, menos retrabalho por peças mal montadas, diminuição de afastamentos. Exemplos reais mostram redução no tempo de ciclo e aumento de throughput quando postos são reposicionados e ferramentas equilibradas.
Saúde / atendimento (enfermeiros, fisioterapeutas)
- Problema: esforço físico em transferências e procedimentos, turnos longos.
- Solução: equipamentos de ajuda à transferência, treinamento em técnicas de movimentação, pausas programadas, mesas e macas ajustáveis.
- Impacto: menos lesões nas costas, menos turnover, atendimento mais rápido e seguro — melhora na satisfação do paciente também.
Varejo / logística
- Problema: caminhar longas distâncias, elevar caixas manualmente, prateleiras mal posicionadas.
- Solução: roteirização eficiente (pick paths), paleteiras elétricas, ajuste de prateleiras por frequência de retirada, esteiras nas áreas de separação.
- Impacto: redução do tempo de separação, menor fadiga e menor taxa de erros nos pedidos.
Como medir o impacto ergonômico na produtividade
- Indicadores de saúde: número de afastamentos, dias perdidos por lesão, queixas de dor (pesquisas internas).
- Indicadores de processo: tempo de ciclo da tarefa, número de peças por hora, taxa de retrabalho/defeito.
- Indicadores comportamentais: presenteísmo (chegam, mas com desempenho reduzido), rotatividade, satisfação do colaborador (NPS interno).
- ROI simples: comparar custo da intervenção (cadeiras, mesas, treinamentos) com redução de dias perdidos e ganhos de produção. Ex.: se uma cadeira ergonômica custa R$1.200 e evita 3 dias de afastamento por ano (com custo médio diário do colaborador de R$200), já há retorno: 3×200 = R$600 só em dias evitados, sem contar ganhos de produtividade.
Passo a passo prático para implementar melhorias ergonômicas
- Avaliação inicial: checklist ergonômico + pesquisa com colaboradores sobre dores e dificuldades.
- Priorizar ações: eliminar riscos com maior impacto (ex.: levantamento manual pesado, posturas forçadas).
- Pequenas mudanças de alto impacto: ajustar altura da mesa, apoiar pés, reorganizar ferramentas.
- Equipamentos e adaptações: cadeiras ergonômicas, suportes de monitor, ferramentas balanceadas, dispositivos mecânicos onde necessário.
- Treinamento e cultura: ensinar pausas ativas, micro-pauses, técnicas de levantamento, incentivar report de desconfortos.
- Monitoramento contínuo: medir indicadores antes e depois, ajustar conforme feedback.
- Rotinas e políticas: incluir avaliações ergonômicas em integração de novos funcionários e nas avaliações periódicas.
Exemplos de “pequenas intervenções” com grande efeito
- Ajustar altura do monitor e cadeira (10–20 minutos por posto). Resultado: redução imediata de queixas de pescoço.
- Reposicionar ferramentas para evitar alcance repetido > 30 segundos por tarefa — reduz o tempo do ciclo.
- Introduzir pausas ativas de 2 minutos a cada 50–60 minutos — melhora concentração e diminui tensão muscular.
- Implementar checklist de separação no estoque para reduzir idas/voltas — menos caminhada significa ganho de produtividade.
Barreiras comuns e como superá-las
- Custo inicial: priorize mudanças de baixo custo e ferramentas administrativas (rodízio de tarefas, pausas programadas). Depois mostre resultados para liberar investimentos maiores.
- Resistência cultural: envolva líderes e operadores no diagnóstico; quando as pessoas participam do desenho das soluções, aderem mais.
- Falta de dados: comece medindo algo simples (tempo de ciclo, queixas) para criar baseline.
Conclusão — essência prática
Ergonomia aumenta produtividade porque torna o trabalho menos custoso para o corpo e para a atenção do trabalhador: menos dor = mais foco; menos movimentos inúteis = mais eficiência; menos lesões = menos dias perdidos. Intervenções podem ser desde reajustar uma cadeira até redesenhar processos e equipamentos. Medir antes/depois com indicadores simples transforma a ergonomia de “gasto” em investimento com retorno claro.
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