Ergonomia cognitiva

A relação entre ergonomia e saúde mental: Apesar de parecer que são coisas distintas, elas caminham de mãos dadas e são essenciais para o bem-estar no trabalho e para o resultado das organizações.

 Michele Espindula - Ergonomista

Por Michele Espindula - Ergonomista

25 Novembro 2024

Ergonomia cognitiva

 A relação entre ergonomia e saúde mental: Apesar de parecer que são coisas distintas, elas caminham de mãos dadas e são essenciais para o bem-estar no trabalho e para o resultado das organizações.


A saúde mental é um dos temas mais discutidos no ambiente corporativo nos últimos anos, já que é vital para o bem-estar do colaborador e seu desempenho eficaz no trabalho.

Dessa forma, empresas estão buscando formas de promover um ambiente de trabalho mais saudável e positivo, e a ergonomia cognitiva é uma abordagem fundamental nesse processo.

A ergonomia cognitiva promove a adaptação do ambiente de trabalho às necessidades cognitivas dos trabalhadores.

Ao considerar fatores como carga cognitiva, estresse, atenção e memória, a ergonomia cognitiva é uma área dentro da ergonomia que trabalha e estuda a relação do homem com o trabalho, buscando melhorar a eficiência, produtividade e, principalmente, prevenir problemas de saúde mental.


“Um estudo conduzido pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) mostrou que 52% dos trabalhadores brasileiros sofrem de ansiedade enquanto estão no trabalho. A mesma pesquisa apontou que 47% colaboradores disseram se sentir cansados com frequência, deste número, 22% alegaram o desânimo e a frustração contribuem para o desgaste. Do total de trabalhadores entrevistados 89% consideram a falta de empatia dentro das empresas um problema que merece mais atenção.”


Mas o que é ergonomia cognitiva?

Ela se concentra na compreensão das capacidades cognitivas dos trabalhadores e como elas podem ser otimizadas para melhorar o desempenho e a qualidade de vida no trabalho. “Isto é, linguagem, pensamento, memória, raciocínio, capacidade de compreensão, percepção etc.”


Como funciona a ergonomia cognitiva na prática?

A ergonomia cognitiva, assim como os outros tipos de ergonomia, é extremamente necessária para melhorar as condições de trabalho e para evitar doenças ocupacionais.

Além disso, ela aumenta a produtividade dos colaboradores e os deixa ainda mais motivados.

Ela funciona através do estudo de um profissional especializado ou ergonomista, que analisará a relação dos colaboradores com o ambiente de trabalho.

Após isso, ele verificará a intervenção ergonômica para alcançar os objetivos organizacionais.

Dessa maneira, o profissional tenta conhecer os fatores que podem influenciar na saúde mental dos funcionários, diminuindo assim a possibilidade de estresse e de depressão, por exemplo.


Quais são os fatores que influenciam a ergonomia cognitiva?

A ergonomia cognitiva envolve os processos mentais utilizados pelo funcionário na realização das suas funções, como memória, percepção e raciocínio.

Assim, ela avalia e intervém em questões que afetam o nível mental dos colaboradores da empresa. Alguns fatores são:

·        Estresse profissional;

·        Os processos de tomada de decisão;

·        Carga mental que o trabalho exige;

·        Interação entre as pessoas e as máquinas;

·        Confiabilidade humana;

·        Treinamento relacionado aos projetos que envolvem pessoas e sistemas.


Como aplicar a ergonomia cognitiva?

Principalmente, é preciso realizar um gerenciamento dos fatores de risco para que eles não se consolidem. Sendo assim, antes de dar início a programas de ergonomia cognitiva, é necessário entender quais são os riscos aos quais os colaboradores estão expostos.

Esses fatores são variáveis para cada organização, uma vez que estão relacionados ao seu segmento e à própria cultura da empresa. Além disso, podem existir riscos diferentes em cada setor. Esses riscos têm decorrência das funções realizadas por cada colaborador, das pressões que ele sofre e do clima vivenciado na organização.

Em todos os casos, é essencial definir estratégias que garantam a ergonomia cognitiva no ambiente organizacional. Um dos aspectos mais relevantes sobre essa abordagem é a sua versatilidade. É possível estimular a questão em diversos pontos, o que favorece a sua adoção.

Pode-se, por exemplo, pensar em oferecer jornadas mais flexíveis de trabalho. Cuidar da delegação de tarefas e fortalecer a comunicação também são pontos importantes para evitar a sobrecarga. Já a criação de um ambiente propício ao aprendizado — inclusive, de forma remota — ajuda a prevenir problemas na consolidação do conhecimento.

Soluções como ginástica laboral e Quick Massage não apenas evitam impactos físicos, como diminuem a tensão. Já um programa de gestão e controle do estresse é essencial para que não ocorram picos desse cenário.


Benefícios da ergonomia cognitiva e de que forma ela ajuda as pessoas:

·        Aumenta a produtividade porque os colaboradores conseguem desempenhar as suas atividades com mais assertividade;

·        Ajuda a manter o desempenho da equipe com saúde mental e equilíbrio;

·        Os profissionais absorvem o conhecimento que é transmitido de forma mais eficaz;

·        Proporciona mais facilidade para reter conhecimento e resolver problemas;

·        Auxilia na motivação das pessoas dentro da empresa, que tem um ambiente estimulante;

·        Ajuda a mente a ficar descansada e tem capacidade de tomar as decisões com mais assertividade;

·        A rotatividade da empresa diminui e os trabalhadores ficam mais tempo trabalhando por lá;

·        O clima organizacional fica mais favorável e agradável;

·        Reduz o número de atrasos e faltas.

 

Conclusão:

A ergonomia cognitiva é uma disciplina crucial para a compreensão e melhoria das interações entre as pessoas e os sistemas, focando na eficiência mental e no bem-estar dos usuários. Ao considerar fatores como carga cognitiva, facilidade de uso, design de informação e feedback, é possível criar ambientes e ferramentas que não apenas facilitam o trabalho, mas também reduzem o estresse e a probabilidade de erros.

Em um mundo cada vez mais digital e complexo, a ergonomia cognitiva se torna essencial para o desenvolvimento de sistemas que sejam intuitivos, acessíveis e eficientes. Aplicar seus princípios no ambiente de trabalho pode resultar em uma maior produtividade, melhor qualidade das decisões e uma experiência mais positiva para os usuários.

Em suma, a ergonomia cognitiva não apenas aprimora a interação humana com tecnologias e processos, mas também promove um ambiente de trabalho mais saudável e equilibrado. Ao focar na forma como as informações são processadas e utilizadas, ela contribui para um desempenho mais eficaz e seguro.


Fale com nossa ergonomista: ergonomista@reliza.com.br

 

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