O que mudou com a atualização da NR-01 em relação aos riscos psicossociais?

A principal mudança é que os riscos psicossociais agora são formalmente reconhecidos e devem ser obrigatoriamente considerados no processo de identificação de perigos e avaliação de riscos do GRO/PGR. Antes, a abordagem a esses riscos era menos explícita nas normas regulamentadoras.

 Michele Espindula - Ergonomista

Por Michele Espindula - Ergonomista

01 Outubro 2025

A principal mudança é que os riscos psicossociais agora são formalmente reconhecidos e devem ser obrigatoriamente considerados no processo de identificação de perigos e avaliação de riscos do GRO/PGR. Antes, a abordagem a esses riscos era menos explícita nas normas regulamentadoras.

Essa atualização alinha a legislação brasileira às melhores práticas internacionais e à compreensão de que o ambiente de trabalho pode impactar a saúde mental e o bem-estar dos trabalhadores, não apenas sua segurança física.


Como as empresas devem proceder e o que fazer?

As empresas devem integrar a avaliação e gestão dos riscos psicossociais em seu sistema de Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), que se materializa no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). Veja os passos essenciais:

Identificação dos Riscos Psicossociais:

  • Mapeamento: Realizar um mapeamento completo das atividades e ambientes de trabalho para identificar fatores que possam gerar estresse, assédio, violência, pressão excessiva, sobrecarga de trabalho, falta de autonomia, demandas conflitantes, inadequação de recursos, cultura organizacional tóxica, entre outros.
  • Ferramentas: Utilizar pesquisas de clima organizacional, entrevistas com trabalhadores, análise de dados de absenteísmo, rotatividade, queixas de saúde mental, acidentes de trabalho com causas comportamentais, e outros indicadores.
  • Observação: Observar as condições de trabalho, a comunicação interna, o estilo de liderança e as interações entre a equipe.

Avaliação dos Riscos Psicossociais:

  • Análise Qualitativa e Quantitativa: Após a identificação, a empresa deve analisar a probabilidade de ocorrência e a severidade dos danos decorrentes desses riscos. Isso pode ser feito por meio de metodologias específicas de avaliação psicossocial.
  • Impacto na Saúde: Avaliar como esses riscos podem afetar a saúde mental e física dos trabalhadores (ex: Burnout, depressão, ansiedade, estresse crônico, doenças cardiovasculares, etc.).

Elaboração de Planos de Ação:

Com base na avaliação, desenvolver um plano de ação robusto que contemple medidas de prevenção, controle e mitigação dos riscos identificados.

Exemplos de Ações:

  • Redução de Demandas Excessivas: Ajustar cargas de trabalho, prazos e expectativas.
  • Aumento da Autonomia e Controle: Promover a participação dos trabalhadores nas decisões e dar maior controle sobre suas tarefas.
  • Melhora do Suporte Social: Incentivar um ambiente de apoio entre colegas e lideranças.
  • Desenvolvimento de Lideranças: Treinar gestores para uma liderança empática, comunicativa e que saiba identificar sinais de sofrimento psíquico.
  • Promoção de Equilíbrio Vida Pessoal/Profissional: Incentivar pausas, horários flexíveis e políticas de tele trabalho bem estruturadas.
  • Combate ao Assédio e Discriminação: Implementar políticas claras de tolerância zero, canais de denúncia eficazes e investigações transparentes.
  • Promoção da Cultura de Bem-Estar: Oferecer programas de saúde mental, acesso a apoio psicológico, e campanhas de conscientização.
  • Melhoria da Comunicação: Assegurar que as informações importantes sejam claras e acessíveis a todos.

Monitoramento e Revisão:

  • O PGR, e consequentemente a gestão dos riscos psicossociais, não é um documento estático. Deve ser monitorado continuamente e revisado periodicamente (pelo menos a cada 2 anos ou sempre que houver mudanças significativas), para garantir a eficácia das medidas implementadas.
  • Realizar novas pesquisas e avaliações para verificar o impacto das ações e identificar novos riscos ou a necessidade de ajustes.

Como as empresas devem se adequar?

A adequação exige uma abordagem multidisciplinar e um compromisso da alta direção:

  1. Capacitação: Treinar equipes de SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho), gestores e lideranças para reconhecer, prevenir e gerenciar riscos psicossociais.
  2. Envolvimento Multidisciplinar: A gestão de riscos psicossociais deve envolver profissionais de segurança do trabalho, medicina do trabalho, recursos humanos, psicólogos e até mesmo a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio).
  3. Cultura Organizacional: Promover uma cultura organizacional que valorize a saúde mental, o respeito, a comunicação aberta e o bem-estar dos colaboradores. A prevenção de riscos psicossociais está intrinsecamente ligada à construção de um ambiente de trabalho saudável.
  4. Consulta aos Trabalhadores: Envolver os trabalhadores e seus representantes (CIPA) no processo de identificação e avaliação dos riscos, bem como na proposição de soluções. Eles são a melhor fonte de informação sobre o que realmente acontece no dia a dia.
  5. Documentação: Manter toda a documentação referente à identificação, avaliação e planos de ação dos riscos psicossociais devidamente registrada no PGR, conforme exigido pela NR-01.


A atualização da NR-01 solidifica a importância inadiável da gestão dos riscos psicossociais, tornando-a um componente essencial para a saúde e segurança no trabalho. No entanto, a complexidade inerente a essa avaliação requer mais do que apenas conformidade; exige uma compreensão profunda e uma abordagem estratégica para realmente proteger o bem-estar dos colaboradores e otimizar o desempenho organizacional.

É aqui que a minha experiência como ergonomista, com capacitação específica na avaliação de riscos psicossociais, se torna um diferencial. Eu, Michele, ofereço às empresas a expertise necessária para ir além do básico:

·        Identifico e avalio os fatores psicossociais que podem impactar a saúde mental e física dos seus colaboradores.

·        Desenvolvo estratégias ergonômicas e organizacionais personalizadas para mitigar esses riscos.

·        Proponho soluções práticas que não só garantem a conformidade com a NR-01, mas também promovem um ambiente de trabalho mais saudável, produtivo e engajador.



Com o meu suporte, sua empresa não apenas atende às exigências legais, mas investe proativa mente na sustentabilidade do seu capital humano, construindo um futuro onde o bem-estar e a performance caminham lado a lado. Vamos juntos transformar os desafios psicossociais em oportunidades de crescimento e um ambiente de trabalho de excelência.


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