O papel da ergonomia na qualidade de vida no trabalho

A ergonomia, ciência que estuda a interação entre os seres humanos e outros elementos de um sistema, desempenha um papel crucial na melhoria da qualidade de vida no trabalho. Sua aplicação visa adaptar o ambiente de trabalho às necessidades fisiológicas, cognitivas e psicológicas dos trabalhadores, promovendo bem-estar, saúde e segurança. A seguir, detalho alguns aspectos importantes do papel da ergonomia na qualidade de vida no trabalho:

O que diz a legislação sobre a ergonomia no trabalho?

A ergonomia no trabalho é, sim, uma exigência legal. O Ministério do Trabalho e Previdência, em conjunto com os sindicatos e associações, criou uma norma que determina a obrigatoriedade de as empresas aplicarem a ergonomia no ambiente de trabalho.

A regulamentação tem o intuito de apoiar tanto os trabalhadores quanto os empresários, buscando minimizar o impacto que os riscos ergonômicos trazem ao ambiente corporativo.

O aumento de casos de afastamento, doenças ocupacionais e acidentes de trabalho por falta de condições adequadas motivou a criação das normativas. A Norma Regulamentadora 17 (NR 17) solicita a Análise Ergonômica do Trabalho (AET), analisando a organização dentro do contexto do funcionamento, sendo capaz de revelar aspectos que podem ser até então desconhecidos pela organização.

Com base no resultado das informações coletadas, a empresa receberá um laudo que contribuirá com o planejamento de ações que visam à eliminação ou redução dos riscos.

Após a documentação das informações feitas na AET, fica mais fácil para a organização entender as especificidades ergonômicas do negócio, como identificar as relações existentes entre os acidentes ocupacionais e o meio em que estão inseridos, por exemplo.

O acompanhamento deve ser feito de maneira recorrente para que os números de incidência de doenças ocupacionais sejam cada vez menores, garantindo um ambiente seguro e melhorando indicadores de engajamento e cultura, que são dois dos principais indicadores-chave da área de Recursos Humanos.

As empresas que não se adequarem podem ser notificadas para que as mudanças sejam implementadas. O prazo para fazer as correções é de 60 (sessenta) dias, mas caso elas não sejam feitas, a empresa poderá ser multada, podendo também responder judicialmente, junto à justiça do trabalho.

1. Prevenção de Lesões e Doenças Ocupacionais

A ergonomia busca projetar postos de trabalho, ferramentas e equipamentos de maneira que reduzam o risco de lesões e doenças. Isso inclui o desenvolvimento de mobiliário ajustável, ferramentas que minimizam esforços repetitivos e a adequação de equipamentos às características físicas dos trabalhadores. A prevenção de distúrbios musculoesqueléticos, como LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), é um dos principais focos.

2. Aumento da Produtividade

Um ambiente de trabalho ergonomicamente adequado pode aumentar a produtividade dos trabalhadores. Quando as condições de trabalho são confortáveis e seguras, os funcionários tendem a ser mais eficientes, com menos interrupções devido a desconfortos ou lesões. Isso se traduz em maior motivação e desempenho.

3. Melhoria do Conforto e Bem-Estar

A ergonomia contribui significativamente para o conforto no ambiente de trabalho. Mobiliário ergonômico, iluminação adequada, controle de temperatura e redução de ruídos são aspectos que melhoram o bem-estar dos trabalhadores. Um ambiente confortável reduz o estresse e a fadiga, promovendo uma sensação geral de satisfação.

4. Redução do Absenteísmo

A implementação de práticas ergonômicas pode levar à redução do absenteísmo. Trabalhadores que operam em ambientes seguros e confortáveis têm menos probabilidade de sofrer lesões ou doenças, resultando em menos faltas ao trabalho. Isso também reduz os custos associados a afastamentos e tratamentos médicos.

5. Melhoria da Qualidade do Trabalho

A ergonomia não se concentra apenas nos aspectos físicos, mas também nos aspectos cognitivos do trabalho. Ferramentas e sistemas de informação que consideram a ergonomia cognitiva ajudam a reduzir erros, aumentar a clareza das tarefas e melhorar a tomada de decisões. Isso resulta em um trabalho de melhor qualidade.

6. Promoção da Saúde Mental

Um ambiente de trabalho bem projetado ergonomicamente também leva em consideração a saúde mental dos trabalhadores. A redução do estresse físico e psicológico, a promoção de um ambiente de trabalho positivo e o estímulo a pausas adequadas contribuem para um melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

7. Inclusão e Acessibilidade

A ergonomia promove a inclusão ao adaptar o ambiente de trabalho para atender às necessidades de todos os trabalhadores, incluindo aqueles com deficiências. Isso garante que todos tenham igual oportunidade de desempenhar suas funções de maneira eficiente e segura.

Conclusão

A ergonomia é essencial para a criação de ambientes de trabalho saudáveis, seguros e eficientes. Investir em ergonomia não só melhora a qualidade de vida dos trabalhadores, mas também traz benefícios para as organizações, como maior produtividade, redução de custos com saúde e aumento da satisfação dos funcionários. Dessa forma, a ergonomia deve ser vista como uma parte integral da gestão de recursos humanos e da cultura organizacional.

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