Ergonomia nas escolas: um olhar para professores e alunos
Quando falamos em ergonomia, a imagem que vem à mente geralmente é a de um escritório com cadeira ajustável e computador. Mas e nas escolas?
22 Maio 2025
Quando falamos em ergonomia, a imagem que vem à mente geralmente é a de um escritório com cadeira ajustável e computador. Mas e nas escolas? Como estão as condições ergonômicas dos professores que passam horas em pé e dos alunos que ficam sentados por longos períodos?
A ergonomia no ambiente escolar é fundamental para prevenir dores, fadiga, lesões musculoesqueléticas e até problemas de aprendizagem. Ainda assim, muitas instituições de ensino negligenciam esse aspecto tão importante da saúde e do desempenho escolar.
Neste artigo, vamos refletir sobre os principais desafios e apresentar soluções práticas para tornar a escola um espaço mais saudável para todos.
Professores: os educadores também precisam de ergonomia
Os professores enfrentam uma rotina que exige muito do corpo: ficam em pé por longos períodos, falam constantemente, escrevem no quadro em posições desconfortáveis e, muitas vezes, corrigem provas e preparam aulas em locais improvisados, sem estrutura adequada.
Principais riscos ergonômicos para professores:
- Dores na lombar e cervical pela permanência prolongada em pé ou sentados em cadeiras inadequadas;
- Problemas de voz, pela fala contínua sem pausas ou apoio vocal;
- Tensões nos ombros e braços, pelo uso repetitivo do quadro branco ou lousa digital;
- Estresse físico e mental, agravado pela sobrecarga de tarefas.
Soluções práticas:
- Alternar a posição entre sentar e ficar em pé sempre que possível;
- Utilizar calçados confortáveis e com bom amortecimento;
- Ter um espaço ergonômico para preparar aulas e corrigir atividades;
- Adotar micro pausas com alongamentos ao longo do dia;
- Promover ginástica laboral com foco em prevenção.
Alunos: aprendendo com conforto e saúde
As crianças e adolescentes passam, em média, 4 a 6 horas sentados por dia na escola. O problema é que muitas vezes os móveis escolares não acompanham o tamanho dos alunos, resultando em posturas inadequadas que podem levar a dores, má formação postural e até dificuldades de concentração.
Desafios enfrentados pelos alunos:
- Cadeiras e carteiras com altura inadequada para sua estatura;
- Mochilas pesadas carregadas de forma errada;
- Falta de orientação sobre postura correta;
- Longos períodos sentados sem pausas ou movimento.
Soluções e boas práticas:
- Móveis ajustáveis por faixa etária ou estatura;
- Campanhas de conscientização sobre postura e uso correto da mochila;
- Atividades que intercalem momentos sentados com atividades em pé ou ao ar livre;
- Incentivo a pausas ativas e alongamentos entre as aulas;
- Monitoramento de sinais de dores ou desconfortos posturais.
A importância de uma cultura ergonômica nas escolas
Implementar uma cultura ergonômica no ambiente escolar exige envolvimento da gestão, dos educadores, dos alunos e até dos pais. É necessário olhar para o ambiente físico, mas também para os hábitos de trabalho e estudo que estão sendo cultivados.
A boa notícia é que pequenas ações fazem grande diferença, como adaptar a altura de uma mesa, orientar os alunos a não carregarem peso excessivo ou criar momentos de pausa ativa na rotina escolar.
Conclusão: ergonomia é educação em saúde
Cuidar da ergonomia nas escolas é investir na saúde física e mental de quem ensina e de quem aprende. Com atenção e planejamento, é possível criar um ambiente mais confortável, seguro e produtivo para todos.
Se você é gestor escolar, professor ou pai/mãe, comece observando:
- As cadeiras são confortáveis?
- Os alunos conseguem manter os pés no chão?
- Os professores têm estrutura adequada para suas atividades?
Promover ergonomia é promover cuidado. E cuidado também ensina.